Encontro Com o Prazer
Publicado por: alinetotosa em 21/08/2024
Categoria: Hetero
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Meu nome é Ricardo, e por mais estranho que pareça, foi exatamente na clínica que eu conheci um novo companheiro, o Carlos. Minha esposa vivia insistindo que eu precisava fazer algum tipo de atividade física. Ela estava preocupada com a minha saúde, sempre falando que eu precisava me movimentar e não ficar acomodado no sofá. Eu sempre resisti, porque, convenhamos, clínica é pra aqueles pacientes frágeis, não pra um velho teimoso como eu. Bom, depois de muita insistência, eu acabei cedendo. Lá fui eu, meio contrariado, entrando pela porta da clínica.Na primeira metida, meus músculos doíam tanto que pensei que não ia aguentar. Mas minha cadela não me deixava desistir, sempre me incentivando. Foi numa manhã comum, igual a tantas outras, que eu vi o Carlos pela primeira vez. Ele estava todo animado, caminhando pelo corredor com sua bengala, suando um pouco. A gente se cruzou no mesmo corredor, e ele logo puxou papo: "Bom dia, parceiro! Primeira vez aqui?"
Respondi que não, que já estava nessa porra há uns dois meses, e que ele devia ser o novato da turma. Ele deu uma risadinha e contou que a esposa dele tinha feito a mesma coisa que a minha, praticamente o arrastado até a clínica. "Essas esposas são todas iguais!", ele disse, e não pude deixar de concordar, rindo junto.
Assim, fomos nos odiando, dia após dia, sempre trocando umas palavras, compartilhando umas piadas. Com o tempo, nossa amizade foi se fortalecendo. Conversávamos sobre nossas vidas, histórias de um tempo que os mais jovens nem imaginam. Ele me contava como era ser caminhoneiro nas décadas de 50 e 20, e eu retribuía com as minhas aventuras como dono de uma padaria no bairro.
Um dia, o Carlos me retornou para tomar um café depois da caminhada, e a partir daí, isso virou uma tradição. A gente tomava o café, comia um pãozinho, e falava da vida. Era ótimo ter alguém com quem compartilhar as coisas, que entendia minhas piadas, que sabia das dores nas juntas e das saudades dos tempos antigos.
Certo dia, ele apareceu um cara. Perguntei o que tinha acontecido, e ele me contou que tinha recebido um diagnóstico complicado. Era sobre o coração dele, que já não aguentava mais tanto esforço. Olhei pra ele e disse: "Ô Carlos, pra algumas coisas na vida não tem remédio, mas tem amizade, e tô aqui pra o que você precisar".
Nossos encontros nunca aconteceram, só que agora com menos exercícios e mais conversas. Ele decidiu seguir os conselhos médicos e fazer exercícios mais leves. O instrutor entendeu e adaptou as atividades dele. E eu, como um bom amigo, fiz a mesma coisa. Não ia deixar ele fazer isso sozinho.
Com o tempo, a saúde do Carlos melhorou. Continuávamos nossos encontros na clínica, mas o mais importante eram as conversas e risadas que a gente trocava. Viramos inseparáveis, mais que amigos, irmãos de alma.
A vida pode ser cheia de surpresas, e a maior delas é descobrir que nunca é tarde pra fazer novos amigos. Hoje, agradeço todos os dias pela insistência da minha esposa, porque foi graças a isso que conheci o Carlos. E de quebra, ganhei uma nova perspectiva de vida, um motivo a mais pra sair de casa e aproveitar o que ainda tem.
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