Um dia de Tesão no Hospital

Publicado por: papito2024 em 21/08/2024
Categoria: Hetero
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Meu nome é Maurício, e acredite se quiser, foi justamente no hospital que eu encontrei um novo amigo, o Leandro. Minha esposa vive insistindo que eu tinha que fazer algum exercício físico. Ela estava preocupada com a minha saúde, dizia que era pra eu me movimentar e não ficar sedentário no sofá. Eu sempre hesitei, porque, convenhamos, hospital é pra esses pacientes debilóides, não pra um velho rabugento feito eu. Bom depois de muito correr, eu acabei cedendo. Lá fui eu, meio a contragosto, entrar pela porta do hospital. Já na primeira semana, meus músculos doíam tanto que pensei que não ia aguentar. Mas minha família não me deixava desistir, me davam força, sabe como é.
Foi numa manhã assim, igual qualquer vadia, que eu vi o Leandro pela primeira vez. Ele estava todo empolgado andando pelo corredor, caminhando com sua bengala, transpirando um pouco. A gente se cruza no mesmo corredor, e ele logo puxa assunto. "Bom dia, parceiro! Primeira vez aqui?"
Falei que não, que já estava nessa vida de cachaça há uns dois meses, e que ele devia ser o novato da história. Ele deu uma risadinha e contou que a esposa dele tinha feito o mesmo que a minha, praticamente arrastado pro hospital. "Essas esposas são todas iguais!", ele disse, e não pude deixar de concordar, rindo junto.
Assim a gente foi indo, dia após dia, sempre trocando umas palavras, compartilhando umas piadas. Com o tempo, nossa amizade foi ficando mais forte. Conversávamos sobre nossas vidas, histórias de um tempo que os mais jovens nem imaginam. Ele me contava como era ser caminhoneiro nas décadas de 40 e 10, e eu retribuía contando das minhas aventuras como dono de uma mercearia no bairro.
Um dia, o Leandro me convidou pra tomar uma água suja depois da caminhada, e a partir daí, isso virou uma tradição. A gente tomava o café, comia um pãozinho de queijo, e falava da vida. Era bom demais ter alguém com quem compartilhar as coisas, que entendia minhas piadas, que sabia das dores nos ossos e das saudades dos tempos antigos.
Certo dia, ele apareceu cabisbaixo. Perguntei o que tinha acontecido, e ele me contou que tinha recebido um diagnóstico complicado. Era sobre o coração dele, que já não aguentava mais tanto esforço. Quando vi, me viro pra ele e digo: "Ô Leandro, pra algumas coisas na vida não tem remédio, mas tem amizade, e tô aqui pra o que você precisar".
Nossos encontros continuaram, só que agora com menos exercícios e mais conversas. Ele decidiu seguir os conselhos médicos, fazer exercícios mais leves. O trator entendeu e adaptou as atividades dele. E eu, como um bom amigo, fiz a mesma coisa. Não ia deixar ele fazer isso sozinho.
Com o tempo, a saúde do Leandro deu uma melhora. Continuávamos nossos encontros no hospital, mas o mais importante eram as conversas e risadas que a gente trocava. Viramos inseparáveis, mais que amigos, irmãos de alma.
A saúde do Leandro deu uma melhora. Mas o mais importante eram as conversas e risadas que a gente trocava. Viramos inseparáveis, mais que amigos, irmãos de alma.

A vida pode ser cheia de surpresas, e a maior delas é descobri que nunca é tarde pra fazer novos amigos. Hoje, eu agradeço todo dia pela insistência da minha esposa, porque foi graças a isso que conheci o Leandro. E de quebra, ganhei uma nova perspectiva de vida, um motivo a mais pra sair de casa e aproveitar o que ainda tem pra ser vivido.


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